03/08/2009

Erro médico:Veja o que diz o Dr.Atul Gawande professor catedrático de cirurgia em Harvard!!!

Atul Gawande é médico-cirurgião, um dos melhores do mundo, é atualmente professor catedrático de Cirurgia em Harvard.

A propósito deste último livro(veja acima), deu uma entrevista à revista Sábado em 25 de Junho de 2009 com o titulo“Se os médicos lavarem as mãos evitam milhões de mortes”, pag 36-(http://www.sabado.pt
)da qual abaixo segue alguns trechos.


Porque é que os médicos continuam a ser, muitas vezes vistos como deuses?
Tentamos ignorar o erro porque pensamos que, se o reconhecermos, as pessoas já não acreditam em nós. Mas, hoje, os doentes têm consciência que os médicos erram. Não somos perfeitos, mas procuramos essa perfeição. Daí que o nome do meu livro seja Better e não Best, porque é isso mesmo que podemos ser: melhores.

Qual foi o seu pior erro?
Foram tantos! Faço 300 a 400 operações por ano e as complicações atingem os 3 ou 4% o que significa que prejudico gravemente 10 a 12 pessoas em vez de as ajudar. Quando olho para trás, vejo que, em pelo menos metade dos casos, podia ter feito algo de diferente. Tento sempre tirar alguma conclusão de forma a que na próxima vez não prejudique ninguém.

Os erros deviam ser sempre punidos?
Não. Somos responsáveis pelos erros, mas também por remediar a situação. O problema dos erros não é dos maus médicos: o pior é que eles acontecem aos bons.

Em que sentido?
Qualquer cirurgião de renome falha. Vou dar um exemplo. Há dois meses publiquei um estudo, em conjunto com a Organização Mundial de Saúde, sobre uma lista de procedimentos a serem seguidos na sala de operações para evitar infecções e outras complicações. A lista, aparentemente simples, tem pontos como dar sempre um antibiótico ao paciente antes do primeiro corte, certificarmo-nos de que toda a gente dentro da sala de operações sabe o nome da restante da equipe para que não haja qualquer complicação na hora de se chamar a pessoa que se precisa, etc. Usamos essa lista em vários hospitais e reduzimos as mortes em cerca de um terço. Os cirurgiões têm de assumir que são falíveis e socorrem-se de pequenas técnicas que os ajudam.

Interfere no trabalho de outros médicos?
A toda a hora! Se vejo um colega fazer um mau diagnóstico já com uma cirurgia marcada não vou dizer “você é um idiota”! Olha o que você ira fazer!”, porque sei que posso ser eu o próximo idiota! O que faço é explicar que acho que deixamos passar alguma coisa e tentar resolver os problemas.”

Abaixo segue um trabalho recente publicado pelo Dr.Gawande sobre o assunto acima que vale a pena tomar conhecimento:

ABSTRACT

Background Surgery has become an integral part of global health care, with an estimated 234 million operations performed yearly. Surgical complications are common and often preventable. We hypothesized that a program to implement a 19-item surgical safety checklist designed to improve team communication and consistency of care would reduce complications and deaths associated with surgery.

Methods Between October 2007 and September 2008, eight hospitals in eight cities (Toronto, Canada; New Delhi, India; Amman, Jordan; Auckland, New Zealand; Manila, Philippines; Ifakara, Tanzania; London, England; and Seattle, WA) representing a variety of economic circumstances and diverse populations of patients participated in the World Health Organization's Safe Surgery Saves Lives program. We prospectively collected data on clinical processes and outcomes from 3733 consecutively enrolled patients 16 years of age or older who were undergoing noncardiac surgery. We subsequently collected data on 3955 consecutively enrolled patients after the introduction of the Surgical Safety Checklist. The primary end point was the rate of complications, including death, during hospitalization within the first 30 days after the operation.

Results The rate of death was 1.5% before the checklist was introduced and declined to 0.8% afterward (P=0.003). Inpatient complications occurred in 11.0% of patients at baseline and in 7.0% after introduction of the checklist (P<>

Conclusions Implementation of the checklist was associated with concomitant reductions in the rates of death and complications among patients at least 16 years of age who were undergoing noncardiac surgery in a diverse group of hospitals


Outro trabalho importante sobre o tema do Dr.Gawande foi publicado em conjunto com Organização Mundial da Saúde.

Link do trabalho completo:

http://www.gawande.com/documents/WHOGuidelinesforSafeSurgery.pdf


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